O ser humano é gerado e criado na Família. De lá vem a sua carne, os seus ossos, todo o organismo. De lá vem o DNA, a genética, os valores, os hábitos. A semente aí é plantada, germina, mas começa mesmo a crescer na escola, para depois produzir os frutos na sociedade. Antigamente, as crianças gastavam meio dia na escola. Hoje, com o tempo integral, vivem neste ambiente a maior parte do dia. É ali que o ser humano molda a sua personalidade, determina os seus valores, adquire os seus costumes. Conclui-se então que a sociedade será hoje o que os alunos foram ontem.
Os Governos, cientes disso, investem na Educação. Para muitos, porém, investir na educação é construir escolas e aumentar o salário dos professores. Óbvio que se exige prédios adequados e mestres bem remunerados. Mas esquecem o principal: O CONTEÚDO. O que os alunos devem aprender. Isto deveria estar delimitado nos livros, de cada disciplina, de cada ano, no Fundamental e no 2º Grau. Deu-se, porém, liberdade ao MEC, às SEC estaduais e municipais e a cada estabelecimento escolar. O aconteceu? Imperou a Lei do Menor Esforço. Os professores jogaram a culpa em cima dos alunos, estes responsabilizaram os professores, e os pais ficavam contentes quando os filhos eram aprovados. E as cabecinhas dos estudantes que deveriam ficar abarrotadas de conhecimentos, deixavam os bancos escolares quase vazias. Nos saudosos tempos do Cañellas, a aprovação ou reprovação do aluno era determinada pelo Conselho escolar. E penso que era a didática mais pedagógica e mais justa.
Há dias, a SEC promulgou uma determinação de que “quatro disciplinas apenas não reprovariam o aluno”. Quer dizer que, digamos, o estudante poderia ser um imbecil em História, Geografia, Ciências e Matemática, que isto não era razão para reprovação... Contudo, não é apenas de conhecimentos que o estudante deve ser municiado. Quando se diz que “aquele cidadão é bem educado”, entende-se que ele possui caráter, ética, valores morais e os pratica. O que fazer com um cidadão sem energia, sem disciplina, sem respeito e sem Deus? Um ex-Secretário da Educação Cel. Mauro da Costa Rodrigues nos falou que os professores deveriam exigir dos alunos DISCIPLINA DE QUARTEL. Dizia: “Eu exijo dos meus soldados que arrumem as camas e deixem as botinas um pouco no corredor, para que com um só olhar, eu já perceba qual o subalterno desobediente. Um dia, um deles me objetou que a exigência não influía nada na vida militar. Respondi – Se você hoje não cuida os detalhes, amanhã ao manejar o fuzil ou a granada poderá se matar ou matar um colega seu”.
Se o professor não incutir nos seus alunos o hábito da leitura é porque ele não lê. Um sociólogo escreveu: “Mede-se o desenvolvimento de uma nação pelo consumo de kilowats e pelo número de assinantes de jornal”. Eu próprio hoje me penitencio de quanto imperfeito professor eu fui. Certa vez, na Delegacia de Polícia, estampava-se a foto de um jovem “PROCURA-SE”. Perguntei o nome. Tinha sido meu aluno. Será que Deus não me responsabilizará na Eternidade?! Uma escola será uma excelente escola quando seus professores encararem a missão, não como uma profissão e sim como um sacerdócio. No Japão, o povo na rua se inclina perante duas pessoas: perante o Primeiro Ministro e perante o Professor!.
