Uma sociedade fragilizada diante das intempéries
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segunda, 24 de junho de 2024

O Rio Grande do Sul, assim como o Brasil, vem sofrendo com os efeitos cada vez mais severos das mudanças climáticas. Inundações, enxurradas, deslizamentos de terra e outros desastres naturais se tornaram frequentes por aqui, causando imenso sofrimento à população e prejuízos materiais incalculáveis. Diante dessa realidade alarmante, o que se observa, por parte de muitos governantes, é uma imensa falta de sensibilidade, organização, liderança, comprometimento e seriedade.

No momento em que precisamos que assumam as responsabilidades que lhes cabem e de que tomem medidas eficazes para minimizar os impactos das intempéries e auxiliar as vítimas, muitos destes governantes se recolhem a observar a própria população se mobilizar para resolver seus problemas. Esse tipo de postura desrespeitosa e ineficaz, remete a um descaso com a sociedade e é um reflexo da profunda crise ética e moral, que assola em muito o jeito e as formas de se conduzir a gestão pública no país.

Um exemplo de descaso: Um caso emblemático dessa falta de compromisso por parte dos governantes é com a situação das pontes e estradas no Rio Grande do Sul. Diversas estruturas foram danificadas ou destruídas por inundações e enxurradas, isolando comunidades e dificultando o escoamento da produção agrícola. Diante da inércia do poder público, em muitos casos foram os próprios cidadãos/empresários das regiões que se mobilizaram para reconstruir novas estruturas, garantindo a mínima infraestrutura para o transporte da população e dos produtos.

A sociedade se unindo em função das adversidades: A mobilização da sociedade civil também se manifestou em muitas outras formas de ajuda. Doações de alimentos, roupas, móveis, máquinas e equipamentos foram fundamentais para auxiliar as famílias afetadas pelos desastres, até aqui. Novamente, a iniciativa privada (o pagador de impostos), se mostrou muito sensível, mais ágil e eficaz do que o poder público em responder às necessidades urgentes da população que vive nas regiões atingidas.

A urgência de uma mudança de postura das lideranças: Essa situação é preocupante e por vezes inaceitável, e exige uma mudança radical na postura no modo como hoje se conduz as ações no ambiente público. É preciso que os nossos representantes eleitos assumam sua responsabilidade, atuem com proatividade e eficiência, e coloquem o bem-estar da população como prioridade de fato e que acima de tudo trabalhem em favor da sociedade.

Liderança, comprometimento e seriedade são qualidades indispensáveis para quem ocupa qualquer cargo ou assume responsabilidades, e no ambiente público então nem se fala.... Sem elas, a gestão pública se torna ineficaz, incapaz de responder aos desafios e os anseios da sociedade, e isso por vezes não consegue garantir nem o mínimo de dignidade aos cidadãos. Comentamos aqui também da responsabilidade que é de todos os cidadãos, o de acompanhar, sugerir e cobrar da cada agente público o cumprimento das suas obrigações, o que hoje ainda não é cultural.    

Um convite à ação: É urgente que nossos representantes se conscientizem da gravidade da situação e tomem as medidas necessárias para mitigar os impactos das mudanças climáticas e auxiliar as vítimas dos desastres naturais. A sociedade e as pessoas não podem mais ficar em segundo plano, à própria sorte em momentos de crise.

É preciso investir em infraestrutura resiliente, em programas de prevenção em ferramentas de alerta, e em ações de apoio e reconstrução das áreas afetadas. Uma comunidade forte, bem consolidada, é onde a sociedade tem capacidade e força produtiva, nestes ambientes com certeza os impactos negativos serão menores. Também é fundamental fortalecer os mecanismos de controles e cobrar dos governantes a devida prestação de contas, no correto uso dos recursos públicos, da eficiência e transparência das ações e seus gastos.

A sociedade brasileira precisa entender e buscar nos seus representantes públicos uma gestão comprometida, profissionalizada e eficiente, e que realmente o bem-estar da população seja o objetivo maior, pois só com um ambiente saudável é que vamos construir um futuro mais equilibrado e sustentável para todos.

 

Até mais... E que São João abençoe a todos! 

 

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