Problema bem conhecido da comunidade frederiquense, a presença de grupos de alcoolistas na praça da matriz, também chamada de Praça 15 de Novembro, voltou a ser debatido recentemente por lideranças do município. O encontro, organizado pela Promotoria de Justiça de Frederico Westphalen, é uma tentativa de fazer com que o poder público trace estratégias para fazer com que o local volte a ser frequentado com segurança por famílias e outros visitantes que passam pela cidade.
A reunião virtual envolveu, além do Ministério Público (MP), representantes de diversas secretarias municipais. Segundo o promotor de justiça da Comarca de FW, João Pedro Togni, a ideia proposta é que a população volte a ocupar esse espaço público, o que faria com que os alcoolistas pouco a pouco deixassem o local. De acordo com Togni, boa parte do grupo já foi identificado pela Prefeitura de FW, que tentou oferecer serviços de desintoxicação a eles. “É um grupo de 15 pessoas, segundo informações do Centro de Atenção Psicossocial e da Secretaria de Assistência Social. Hoje, a prefeitura tem um programa que oferta desintoxicação, internação e amparo para essas pessoas, mas não há adesão, eles não querem”, comenta.
Na reunião, também foi constatado que os integrantes do grupo possuem residência fixa. “Em épocas de frio, eles somem. Isso significa que vão para algum lugar e permanecem lá, embora o município não disponha de um albergue”, salienta Togni. No começo dessa semana, leitores do AU flagraram uma briga envolvendo o grupo de alcoolistas. A cena flagrada mostra os indivíduos se agredindo, no centro da praça, na manhã de segunda-feira, 12.
Fechamento de ruas, shows e concessões
Embora ainda não tenham sido definidas as ações que serão realizadas, a estratégia para solucionar o problema é clara: incentivar a presença do público na praça. Nesse sentido, a criação de diversas atrações no espaço foi sugerida pelo MP e pelos representantes da prefeitura. O fechamento de ruas que circundam a praça em alguns dias, a realização de shows, a instalação de uma pista de skate e até mesmo parcerias com o setor privado foram sugeridas. “É um espaço que poderia ser usado pela iniciativa privada, que permitirá que o local seja mais bem utilizado”, comenta o promotor, lembrando que ações envolvendo aglomerações só poderão ser realizadas após a pandemia.
Um dos encaminhamentos dessa reunião foi direcionado para a secretaria de Educação de FW. A pasta deverá criar uma proposta que contenha mais ações relacionadas à ocupação da praça, incentivando que o assunto seja debatido nas escolas. O tema voltará a ser debatido em uma outra reunião, marcada para o dia 16 de agosto, que deverá ter a presença do prefeito de FW, José Alberto Panosso (MDB).
Presença de indígenas nas ruas também será debatida
Outro assunto também já debatido pelo MP é a presença de indígenas nas ruas de Frederico Westphalen, especialmente daqueles que pernoitam em locais públicos. De acordo com Togni, a situação foi controlada há alguns anos, quando houve uma audiência com caciques da região, mas o problema voltou a ocorrer. “São pessoas que têm residência, eles não moram aqui. Muitas vezes há crianças expostas a riscos nas ruas e famílias que dormem no chão, no frio. Isso comove as pessoas também”, salienta Togni.
O tema será debatido em outra reunião, no fim de agosto, encontro para o qual a Fundação Nacional do Índio (Funai) e lideranças indígenas foram convidadas.
