Você sabia que o uso exagerado de telas, como smartphones, tablets e outros equipamentos afeta, além da concentração, até o desenvolvimento do cérebro? Segundo estudos, isso acontece porque esses aparelhos são fonte inesgotável de estímulos rápidos, que liberam a produção de dopamina no cérebro, que dá sensação de prazer e satisfação, e que vicia!
A pedagoga, psicopedagoga, mestre em Educação e especialista em Transtornos de Aprendizagem e Autismo, Emanuele Barretta, explica que existe uma idade mínima para o uso das telas, que deve ser respeitada para o pleno desenvolvimento das crianças, além de um tempo máximo diário.
– A idade mínima é a partir dos dois anos e, no máximo, uma hora por dia. Durante a infância, a quantidade de sinapses e conexões entre os neurônios estão acontecendo e proporcionando a aprendizagem. No entanto, o uso das telas nesta fase gera efeitos negativos e danosos ao desenvolvimento cerebral – reforça.
Problemas mais comuns
Dentre as consequências mais comuns do uso excessivo de telas pelas crianças pode-se citar dificuldade na linguagem, déficit cognitivo, problemas oftalmológicos, dificuldades emocionais e comportamentais, além de baixa interação e um funcionamento familiar mais pobre.
– Nos últimos anos, os fatores que influenciam o neurodesenvolvimento mudaram bastante. O aumento do uso das telas é um deles. Hoje, quase todas as crianças têm acesso a tablets e celulares. Poucos pais podem afirmar que os filhos não usam nenhum tipo de tela no dia a dia. E, infelizmente, o impacto do uso excessivo de telas já foi relatado em diversos estudos – acrescenta a especialista.
Emanuele lembra que é preciso usar as tecnologias com prudência e equilíbrio, principalmente, em nossos lares e com as crianças. “Um estudo de coorte, com 2.152 crianças, mostrou que a exposição ao tempo de tela no início da vida (primeiros 18 meses) pode estar associada a sintomas semelhantes ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), apresentando maior déficit no desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas.
Atividades alternativas
Para envolver a criança, a psicopedagoga indica algumas atividades que podem ser utilizadas visando o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social dos pequenos. “As crianças se desenvolvem brincando, jogando, lendo, dançando, participando de esportes. Os maiorzinhos, também nos afazeres de casa, interagindo com outras crianças e adultos. Todos os estímulos promovem a aprendizagem de uma ou mais habilidades, o importante é os pais se organizarem com um tempo de qualidade com seus filhos”, orienta Emanuele.
Sobre a profissional
Emanuele Barretta
Pedagoga, psicopedagoga, mestre em Educação e especialista em Transtornos de Aprendizagem e Autismo
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