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Mariana e Natália Bigolin Groff
Inspirando mudanças na educação
As irmãs Mariana e Natália ganharam notoriedade em Frederico Westphalen desde o momento em que elas começaram a participar das Olimpíadas Científicas nacionais e internacionais
Por: Suseli Cristo
Publicado em: segunda, 16 de agosto de 2021 às 10:57h

Em pleno século 21, para muitos pensar que hoje só de redes sociais vivem os jovens pode até ter algum sentido, analisando toda a “transformação” pela qual o mundo vem passado. Mas, entre aqueles que fazem a diferença estão as irmãs Mariana Bigolin Groff, de 20 anos, e Natália Bigolin Groff, de 17 anos, que não abriram mão das redes sociais, mas provam que a dedicação aos estudos foi muito mais importante no projeto de vida que seguem hoje.

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Olimpíadas científicas 
As irmãs Mariana e Natália ganharam notoriedade em Frederico Westphalen desde o momento em que elas começaram a participar das Olimpíadas Científicas nacionais e internacionais na área de Matemática, Física, Astronomia, Química, Robótica, Geografia, Ciências, Ciências Humanas e Informática, com 12 e 11 anos, respectivamente. 
– Desde pequenas sempre fomos incentivadas, assim como o nosso irmão Lucas, pelos nossos pais, Nara e Paulo, a estudar e aprender o máximo possível. Com o tempo, esse incentivo gerou um interesse pelo aprendizado, pois cada vez que aprendíamos algo novo o mundo ficava um pouco mais interessante, servindo de incentivo para continuarmos estudando. Além disso, a dedicação variava, e para conseguir mantê-la eram necessários objetivos, que eram mais fáceis de se definir fazendo olimpíadas. Nós duas saímos de casa para fazer o ensino médio, tivemos bolsas integrais com moradia e alimentação em alguns dos melhores colégios do país, graças às olimpíadas científicas – contam as medalhistas.
E por falar em medalhas, Mariana, que começará o 2° ano da graduação na Universidade de Stanford, na Califórnia, tem 43 medalhas e uma Menção Honrosa pelas participações em olimpíadas. Natália, que está no 3° ano do ensino médio no Colégio Farias Brito Pré-Vestibular Aldeota, em Fortaleza, mas também viajará para Maastricht, na Holanda, para um programa pré-universitário na United World College Maastricht, é dona de 32 medalhas e seis Menções Honrosas.
– Neste sentido, estamos inspirando e incentivando várias Assembleias Legislativas do Brasil a criar uma premiação anual, o Prêmio Meninas Olímpicas. Na ALRS, já foi aprovado. A premiação objetiva homenagear as estudantes brasileiras de escolas públicas que tenham representado o Brasil em olimpíadas científicas nacionais e internacionais, reconhecendo o esforço e a dedicação delas, além de criar um espaço de representatividade para inspirar outras meninas – contam as irmãs. 

Movimento Meninas Olímpicas
O Movimento Meninas Olímpicas foi criado em FW no ano de 2016, pelas irmãs Mariana e Natália, sob coordenação da mãe e professora Nara Martini Bigolin, com o propósito de incentivar mais mulheres a participem das Olimpíadas Brasileiras Científicas. “É uma alegria ver como nosso projeto cresceu e como ele vem transformando as coisas aos poucos. Criamos o movimento com o objetivo de incentivar o protagonismo feminino em ambientes olímpicos, pois atualmente, apenas 10% de meninas são premiadas nas principais olimpíadas científicas do Brasil e menos de 5% nas olimpíadas internacionais. Este é também o percentual de mulheres eleitas, mulheres presidentes de grandes empresas e pesquisadoras em centros de pesquisa de excelência. Por isso, decidimos que algo deveria ser feito para mudar a situação, porque os olímpicos de hoje serão os líderes de amanhã, e o mundo precisa de maior liderança feminina para um mundo mais igualitário. Esse movimento inspirou também a criação de competições femininas como o Torneio de Matemática para Meninas (TMM), criado em 2019, o Torneio Feminino de Computação, criado em 2020, e a Olimpíada Feminina de Matemática do Estado da Bahia, em 2021, entre outros – destacam.

Futuro
Apesar da dedicação intensa aos estudos e a mudança para o exterior, as irmãs dizem ser gratas por tudo o que o ensino vem proporcionando. “Eu, Natália, espero de alguma forma poder melhorar o Brasil. Não sei ao certo por qual área, mas acredito que nosso país tem grande potencial, que não está sendo bem aproveitado. Já eu, Mariana, tenho em mente me formar em Ciência da Computação e usar a tecnologia para melhorar sistemas de saúde em países subdesenvolvidos. Às vezes, nossos sonhos podem ser bem difíceis, mas o mais difícil seria não aprender e não ir em busca da realização”, finalizam.  
 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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