A estiagem que atinge Pinheirinho do Vale entre janeiro e março de 2025 tem causado impactos severos à produção agropecuária, comprometendo diversas culturas e sistemas produtivos. O período foi marcado por chuvas irregulares e ondas de calor excessivo, afetando o desenvolvimento das lavouras e impondo dificuldades à pecuária. A estimativa de perdas financeiras no município chega a R$ 8.714.080,78, considerando tanto a agricultura quanto a pecuária.
No setor agrícola, de acordo com dados do escritório da Emater/RS-Ascar do município, a cultura da soja registrou redução de 50% na produtividade, com prejuízo estimado em R$ 3.990.031,92. O milho grão teve perdas de R$ 1.094.408,76, enquanto a produção de milho para silagem sofreu redução de 40%, resultando em um impacto financeiro de R$ 2.736.000,00. A pecuária leiteira também foi afetada, com queda na produção e prejuízo de R$ 573.640,10.
Além da redução na produtividade, a estiagem gerou uma crise no abastecimento de água. Os reservatórios do município atingiram níveis críticos devido à alta demanda hídrica das culturas e da pecuária. Entre janeiro e março, 122 cargas de água foram distribuídas, totalizando cerca de 1,2 milhão de litros, sendo 480 mil litros destinados ao consumo humano de 32 famílias. Caso o volume de chuvas não se normalize nos próximos meses, a situação poderá se agravar, exigindo a ampliação do transporte de água via caminhões-pipa.
Avaliação
O prefeito de Pinheirinho do Vale, Elton Tatto, destacou os desafios enfrentados devido à seca e a necessidade de ações para minimizar os impactos na população e na agropecuária. "Nós precisamos viabilizar soluções. Já estamos confeccionando os laudos e preparando o decreto de emergência. Além disso, estamos tentando conseguir mais um caminhão para puxar água, pois atualmente temos apenas um para abastecer os animais. Nossa região tem dificuldades com água, apesar de estar cercada por três rios, e a perfuração de poços é um grande desafio”, disse Tato.
Tatto complementa que mesmo tenha chovido na última semana, isso não ameniza os meses sem precipitação mais regular. “Mesmo que o pedido de emergência seja feito, mesmo que tenha chovido na última semana, ele pode perder a validade. Mas se a seca persistir, vamos agir antes que a situação piore. O problema é que não há previsão de chuvas, e o ideal seria evitar decretar emergência. Eu não gostaria de fazer isso, pois normalmente o decreto não resulta em ajuda do Estado, apenas na chegada de cestas básicas e pequenos auxílios. O decreto é necessário principalmente para que os agricultores possam acessar recursos e auxílios específicos”, finalizou.