Encontrada sem vida em uma cela da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) em Porto Alegre na terça feira, 22 de abril de 2025, Edelvânia Wirganovicz, de 51 anos, teve o sepultamento realizado no município de Cristal do Sul, distante da sua cidade natal. De acordo com a Susepe, a apenada apresentava sinais de asfixia no momento em que foi localizada, e as investigações iniciais indicam que ela possa ter cometido suicídio.
Condenada a 22 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver no caso do assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, em Três Passos, abril de 2014, Edelvânia cumpria regime semiaberto após a revogação da prisão domiciliar imposta em fevereiro deste ano pela Procuradoria de Recursos do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), que argumentou que ela ainda não havia cumprido metade da pena.
Procurado pela reportagem do AU, o advogado de defesa Jean Severo afirmou que a transferência ao regime semiaberto impediu Edelvânia de receber visitas e expõe-na a riscos dentro da unidade prisional. “A Edelvânia estava em domiciliar com tornozeleira, tá? Porque, na realidade, ela não tinha condições de ficar com outras presas devido à origem do crime. O MP não ficou satisfeito, fez uma reclamação para Brasília para ela voltar para lá, ir para o semiaberto, só que ela não tinha semiaberto: porque no semiaberto o cara sai para trabalhar, ela não saía para trabalhar, ela ficava num fechado”, explicou.
Segundo Severo, no início de março, Edelvânia sofreu ameaças de outra detenta, episódio que não recebeu providências antes de seu falecimento. “Infelizmente, anteontem veio essa notícia de que ela morreu. Está em investigação ainda. A certidão de óbito aponta morte violenta, pode ser estrangulamento, asfixia”, relatou o advogado.
Em fevereiro deste ano, Jean Severo adiantava à reportagem do AU, que lamentava a revogação da prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica disse que se “algo de ruim acontecer com ela (Edelvania), o culpado será o Ministério Público do estado que não se contentou somente com a condenação de Edelvania e quer impor um sofrimento ainda maior para esta mulher”.
A investigação sobre a causa exata da morte segue em curso sob responsabilidade da direção da Susepe e da Polícia Civil.