Se a energia solar vem sendo uma aliada de empresas e lares brasileiros neste momento de crise hídrica e aumento expressivo da conta da energia elétrica, os biodigestores são uma alternativa “verde” e econômica para os produtores de proteína animal. Mais do que diminuir custos, a implantação desta tecnologia busca aliar preservação do meio ambiente com a geração de renda.
Para o diretor da Marsol Energia, Marcos Bruxel, os biodigestores são uma solução para o problema dos dejetos na região, onde a suinocultura é um dos principais carros-chefes da economia. “Com a energia solar você produz energia sustentável, limpa, e vai reduzir sua conta na granja. Mas para quem produz suínos e bovinos, o problema do dejeto continua, então o biodigestor é uma solução que gera energia e resolve o problema dos resíduos da produção. São duas soluções, elimina-se o dejeto e gera energia. Para ter uma noção, um gerador de 60 quilowatts (kW) de solar vai produzir cerca de sete mil kW por mês, e com o biodigestor vai para 24 mil kW. Se você tiver matéria-prima para isso, ele produzirá 24 horas. É mais eficiente e vai te eliminar esse que é um dos maiores problemas desta região produtora de suínos”, explica Bruxel.
Ainda conforme Bruxel, por meio desse sistema, o dejeto será transformado em gás metano, para a conversão em energia elétrica, e em adubo, com a eliminação de cerca de 90% do mau cheiro. “O produtor vai reduzir a conta de energia e ainda pode vender a energia e o adubo, ou utilizar na sua lavoura. O meio ambiente agradece. É um processo que nós vemos que será muito bom para a região”, afirma.
Granja de FW tem redução de quase 96% dos custos com energia elétrica
O empreendedor rural, Paulo Acker, já sentiu o alívio no bolso ao pagar sua conta de energia após a instalação dos biodigestores na sua granja de suínos, na linha Progresso, em FW. Com a economia, ele acredita que o investimento de aproximadamente R$ 500 mil será pago em um curto espaço de tempo. “Para se ter uma ideia, de uma média de R$ 12 mil mensais nós pagamos no último mês cerca de R$ 500 de energia elétrica. O investimento é relativamente alto, mas ele se paga em pouco tempo. Nós, por exemplo, ainda temos espaço para gerar mais energia e jogar na rede. Além disso, com o adubo que é depositado em uma lavoura próxima ainda produzimos feno, que é comercializado para produtores de leite. Então, mais do que diminuir os custos da granja, tem toda essa questão da preservação ambiental, que é o mais importante”, destaca Acker.
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