O Ministério da Saúde informou que encaminhou na quinta-feira, 13, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma nota-técnica com pedido de autorização dos autotestes para diagnóstico de Covid-19. A solicitação oficial ocorreu após a busca por exames ter disparado diante da disseminação da variante Ômicron.
Na nota-técnica a pasta afirma como justificativa que, no contexto pandêmico atual, com a circulação de novas variantes, em especial da Ômicron, com maior potencial de transmissibilidade da doença, a procura por diagnóstico tem aumentado de forma exponencial e há grande demanda por testes rápidos na rede assistencial de saúde. “A autotestagem é uma estratégia adicional para prevenir e interromper a cadeia de transmissão da Covid-19, juntamente com a vacinação, o uso de máscaras e o distanciamento social. Os autotestes podem ser realizados em casa ou em qualquer lugar, são fáceis de usar e produzem resultados rápidos”, conclui a nota.
Ainda na quarta-feira, o ministro Marcelo Queiroga havia falado sobre a necessidade de garantir que os diagnósticos positivos da doença sejam informados às autoridades sanitárias, a fim de cumprir com a notificação compulsória.
Por determinação da Anvisa, no Brasil não é permitida a venda de exames de antígeno para serem feitos em casa. Apenas as farmácias realizam o procedimento. Com uma sensibilidade considerada alta, o exame é feito com a coleta de material do nariz com um cotonete ou por saliva. O autoteste, porém, tem sensibilidade menor que a de outros exames (como o PCR) e está sujeito a erro por parte do paciente não treinado.
O autoteste de antígeno é o mesmo oferecido hoje nas farmácias, que têm tido uma demanda alta com o aumento de casos desde o fim de ano. Em países como Estados Unidos e Inglaterra, eles são vendidos para que as pessoas os tenham em casa.
Na Inglaterra, por exemplo, o governo disponibiliza gratuitamente o autoteste e o envia para a casa das pessoas. Algumas escolas do país exigem que os pais façam o teste nas crianças algumas vezes na semana no período de aulas.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, avalia que ter o autoteste em casa pode ajudar mais gente a testar, mas que ele não tem a mesma eficácia do diagnóstico feito por profissionais de saúde. “A mensagem é que o autoteste é uma ferramenta de apoio e não substitui o diagnóstico do profissional de saúde. A pessoa deve fazer o teste e, caso esteja com sintomas, deve ir ao posto de saúde ou hospital se certificar do diagnóstico”, afirmou Cruz.
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