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Dia da Mulher
Linha, agulha e o amor pela vida
Por meio da moda, o caminho traçado por Maria Aparecida Carvalho deixa marcas por onde passa
Por: João Marcelino
Publicado em: sábado, 12 de março de 2022 às 08:00h
Atualizado em: sexta, 11 de março de 2022 às 16:54h

Em homenagem ao Dia Internacional das Mulher, celebrado em 8 de março, nesta edição o AU traz uma personagem entusiasmada e expressiva que se destacou aos olhos de Letícia Severiano, estudante do 7º semestre de Jornalismo da UFSM/FW. Maria Aparecida Carvalho tem sua história contada em uma grande reportagem escrita durante a graduação da acadêmica, e para celebrar a data tão importante, a equipe do AU extraiu a história de Cida como inspiração de liberdade e independência.
De macacão preto e colar simples, o som dos sapatos vermelhos de Maria Aparecida Carvalho anunciavam sua chegada naquele ambiente intimista e aconchegante. A voz e os trejeitos entusiasmados denunciavam sua constante necessidade de sempre estar em movimento. Para ela, estar no mundo é deixar uma marca, seja fazer presença por onde passa ou levar uma marca de roupas para diferentes pessoas. O sonho de Cida em cursar Moda está nas peças de roupas e no estilo que transita de um lugar para outro, levando consigo as histórias de quem por elas passam.
A trajetória de alguém que já viveu diversas experiências e que está no auge da vida traz consigo diversos ensinamentos e reflexões. Independente e dona de si, aos 53 anos começou a cursar Moda na Unicesumar, em Frederico Westphalen. Hoje, aos 55 anos, está prestes a se formar e já pensa sobre o trabalho de conclusão de curso. “Hoje eu faço moda porque estou aposentada. Os filhos já estão grandes, e cada um seguiu seu rumo. Agora é hora de fazer o que eu realmente amo”, expressa. 

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Entre alguns nós
Entretanto, nem tudo foi simples. Encarar a sala de aula e a vida acadêmica depois de 30 anos é desafiador, e para Cida não foi diferente. Lidar com as novas tecnologias, em muitos momentos, fez com que a estudante pensasse em desistir, além da falta de entusiasmo e aceitação pouco flexível por parte da família, que logo gerou espanto e questionamentos dos filhos e marido. Situações assim fizeram com que Cida pensasse em cancelar o curso antes mesmo de iniciar. No entanto, a sensação de liberdade é maior, e motivada pelos desafios que a nova fase traria, decidiu ouvir apenas o coração e a imensa vontade de estar sempre em movimento. “Sou o tipo de pessoa que precisa de desafios. Posso ser uma senhora, mas quando se perde sonhos e objetivos, nos tornamos zumbis. Qualquer coisa ou lugar serve”, conta.
– É louco. Meu deus, eu fico pensando “porque você foi se meter nisso, mulher? Às vezes, penso em desistir, mas tento lembrar que sou capaz. Eu estou no hall da vida, quando eu terminar Moda, penso em fazer história, para entender todo o início das coisas, todo o movimento. Sempre fui assim, se eu fosse vender material elétrico, teria que virar uma engenheira elétrica, se fosse vender material de construção, seria uma engenheira civil. Sempre gostei de saber e falar sobre aquilo que vivo, busco fazer o meu melhor. As pessoas sempre dizem que nunca encontraram alguém como eu. Eu sou assim, vou com tudo e vejo o que acontece – expressa Cida.

O amor pela vida 
Atualmente Cida trabalha com brechó, mas é algo que está nela desde pequena. A mãe, professora, trabalhava em uma creche que recebia roupas da Alemanha. Naquela época, muitas das peças recebidas de outro país eram compradas por sua mãe e passadas para a menina e aos irmãos. Apesar das dificuldades, Cida via aquilo e ficava maravilhada com o fato de vestir roupas já usadas e que ainda estavam inteiras para vestir outras pessoas. Entusiasmada e expressiva, Maria Aparecida Carvalho segue apaixonada pela vida e aspira por um bom futuro no caminho que escolheu trilhar.

Colaborou
Letícia Severiano, estudante do 7º semestre de Jornalismo da UFSM/FW
 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
Fotos
Vitrine do AU