Publicidade
Reviravolta
Polícia conclui que Alexandra Dougokenski matou o primeiro marido
Alexandra não será indiciada, pois o crime prescreveu em 2017
Por: Vinícius Chequim
Publicado em: quinta, 13 de abril de 2023 às 12:50h
Atualizado em: quinta, 13 de abril de 2023 às 13:12h

A Polícia Civil concluiu, após nova investigação, que Alexandra Dougokenski matou o ex-companheiro José Dougokenski. Ele foi encontrado sem vida em 2007, na Zona Rural de Farroupilha, na Serra do Rio Grande do Sul, e o caso foi inicialmente tratado como suicídio. Em janeiro deste ano, Alexandra foi condenada a 30 anos e dois meses de prisão pela morte do próprio filho em Planalto, no Norte do estado, em maio de 2020.

Publicidade
Publicidade

A defesa de Alexandra afirma que ela não matou José. Segundo o advogado Jean Severo, a perícia que apontou para a hipótese de suicídio é clara e que houve contaminação de várias pessoas devido ao caso do menino Rafael.

De acordo com o delegado Ederson Bilhan, o inquérito chegou ao novo entendimento após cruzamento de evidências analisadas pela perícia com os depoimentos coletados, além das semelhanças encontradas na forma como José e Rafael Winques, filho mais novo de Alexandra, foram mortos.
"Os indicativos apontam que sim [Alexandra matou José], que há uma evidência bem concreta. Lá em Planalto, uma corda de nailon na cor verde atada no pescoço. Aqui em Farroupilha, uma corda de nailon de cor azul atada no pescoço. Nós similares, posições similares, horário similar e a mesma pessoa suspeita. São evidências que quando analisadas conjuntamente reforçam a ideia de que não houve suicídio, e sim um homicídio", afirma o delegado.

Apesar da conclusão da investigação indicar que houve um homicídio, Alexandra não será indiciada. O delegado explica que o crime prescreveu em 2017.

- A suspeita, na época dos fatos, tinha 19 anos de idade, e a lei diz que conta-se a prescrição pela metade do prazo quando o agente tem menos de 21 anos. Considerando que a prescrição em homicídios é de 20 anos, nesse caso seriam 10 anos. Como o fato ocorreu em 2007, a situação já estava prescrita - acrescenta Bilhan.

A investigação concluída será encaminhada ao Ministério Público (MP) e ao Poder Judiciário. O procedimento faz parte dos trâmites para reconhecimento e determinação da prescrição.
"A consequência jurídica da prescrição é a extinção da punibilidade. Ou seja, o estado perde o direito de punir pelo decurso do tempo", reforça o delegado.

Nova investigação
A reabertura da investigação sobre a morte de José Dougokenski, o primeiro marido de Alexandra Dougokenski, foi autorizada pela Vara Criminal de Farroupilha, em janeiro de 2021.

Uma perícia particular contratada pela família encontrou incongruências no inquérito que determinou como suicídio a causa da morte do agricultor e sugeriu que ele pudesse ter sido assassinado.

Na época, a juíza Claudia Bampi considerou que, "diante do surgimento de provas novas" e de "documentos e justificativas apresentadas", o caso deveria ser reaberto. A magistrada ainda determinou que os peritos do Instituto Geral de Perícias que realizaram o laudo do óbito fizessem os esclarecimentos que entendessem pertinentes.

Em janeiro deste ano, foram definidas as primeiras diligências desde a reabertura do processo. O juiz Enzo Carlo de Gesu acolheu pedido do Ministério Público para que 15 testemunhas fossem novamente ouvidas. O magistrado também determinou que a polícia retornasse até a casa e que buscasse o registro de ligações à Brigada Militar (BM) no dia 5 de fevereiro de 2007, quando o crime aconteceu.
 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai, com informações do G1
Vitrine do AU