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Eliane Casarin
“Ela criou asas”... E voou para Portugal!
Há três anos, Eliane Casarin escolheu Porto e agora Fátima, em Portugal, para viver novas experiências, deixando na linha Baldissera, em Caiçara, muitas saudades!
Por: Suseli Cristo
Publicado em: segunda, 05 de julho de 2021 às 13:38h
Atualizado em: segunda, 05 de julho de 2021 às 13:44h

Quase nove mil quilômetros separam uma mulher cheia de sonhos da sua terra natal e daquelas pessoas que ela mais ama. Há três anos, Eliane Casarin escolheu Porto e agora Fátima, em Portugal, para viver novas experiências, deixando na linha Baldissera, em Caiçara, os seus pais, Cleci e Aldair, os irmãos Giovani e Catiane, os cunhados Silvia e Rogério, além dos sobrinhos, Nathália, Arthur e Isabella, assim como muitos amigos. 

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Coluna Set – Como foi a ideia de ir morar em Portugal? 
Eliane Casarin – Em 2017, estava cursando a especialização em Educação Financeira e havia, de forma opcional, um Módulo de Internacionalização no Iscap- P. Porto, aproveitei então para fazer e ficar uns dias a mais, já que estava de férias, e conhecer Portugal. Me apaixonei por Porto e cada canto que conhecia. Porém, o que mais me fez vir foi a segurança que senti ao andar pelas ruas de Lisboa, pois estava vivendo com crises de ansiedade devido ao medo da violência em Porto Alegre. Ao voltar de Portugal, em abril de 2017, sai da empresa em que trabalhava e fiz minha transição de carreira como coaching e educadora financeira. Em 2018, decidi investir no mestrado de Empreendedorismo e Internacionalização no Iscap- P. Porto, com o propósito de buscar uma vida mais simples, com mais qualidade. Atualmente resido em Fátima, e cheguei em Lisboa para esta experiência no dia 13 de maio de 2018, mesmo Dia de Nossa Senhora de Fátima. 

Coluna Set – A adaptação em outro país foi fácil para você?
Eliane – O início foi tranquilo, pois havia me planejado para isso. O mais desafiador foi administrar a saudade de tudo o que deixei. Esta saudade me fez curar as inquietudes que meus nonos traziam consigo em ser imigrantes e perceber que a felicidade está na jornada e não simplesmente na chegada. São quase nove mil quilômetros que nos separam fisicamente, a saudade de minha família é sempre grande. Apesar de desejarem que fosse morar mais próximo deles, minha mãe ao ser questionada se iria deixar mesmo eu vir para Portugal, ela dizia: "ela criou asas, não posso cortar". Agradeço o carinho da minha família e amigos em todos os momentos. A adaptação aqui é diária, estou sempre a aprender. A culinária é fantástica, regada sempre de um bom vinho, é claro.

Coluna Set – Você deu continuidade aos estudos aí, como foi?
Eliane – No ano de 2020, conclui aqui o mestrado em Empreendedorismo e Internacionalização. Tenho licenciatura em Contabilidade pelas Faculdades Claretianas, de Rio Claro (SP), especialização em Cooperativismo (Unisinos) e Educação Financeira Metodologia DSOP (Unis-MG). Estes títulos acadêmicos não me definem, pois busco aprender neste caminhar todo viver minha essência. Acredito e tento colocar em prática os ensinamentos de psicoterapeuta Carl Jung: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. 

Coluna Set – Está atuando em que área hoje?
Eliane – No início me dediquei mais aos estudos e ao trabalho como terapeuta financeira de forma on-line, pois sou certificada pela Associação Brasileira de Educação Financeira, como terapeuta e educadora financeira internacional. Depois, aos poucos, coloquei minhas outras habilidades em prática, como a formação em massoterapeuta e reiki, e a formação como instrutora de Shakti Yoga. Atualmente, trabalho realizando um sonho de criança, ao cuidar de idosos na Santa Casa de Misericórdia, em Fátima, e nos dias de folga e turno da noite dedico-me às outras habilidades que amo fazer, como agora ao novo projeto em educação financeira – o FAZ€R €CONOMIA (@fazereconomia) –, que tenho com uma amiga portuguesa. 

Coluna Set – Quais seriam os seus projetos, pretende ficar aí?
Eliane – Considero-me uma cidadã do mundo, pelos lugares em que já vivi e diversas pessoas que conheci, desde que saí de Caiçara, e ter ainda forte em mim o sonho, a curiosidade de criança em descobrir para onde vai o sol depois que se põe no horizonte. Após o mestrado, decidi ficar em Portugal, pela paz que aqui encontrei. Muitos sonhos já conquistei, mas tenho outros que vão surgindo em meu coração, como fazer o caminho de São Tiago de Compostela a pé, que devido à pandemia tive que mudar os planos. Também quero poder viajar mais, para sentir a boa energia de outras culturas. 

Coluna Set – Como foi ter que adiar seus planos por conta da pandemia?
Eliane – Infelizmente, muitos planos de viajar já foram alterados e outros adiados, mas acredito que tudo ficará bem se fizermos a nossa parte, pois ao cuidar de nós cuidamos do outro. A Covid-19 trouxe alguma ausência de peregrinos internacionais, o que nos deixa algum vazio na cidade da paz. Apesar das regras de restrições serem rígidas, aqui a contaminação ainda não cessou. No entanto, a pandemia veio modificar alguns hábitos, como cozinhar de maneira mais saudável, dar mais valor às coisas simples, como a natureza, aos amigos, e valorizar um simples abraço.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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