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Chacina de Saudades
Autor é condenado a mais de 329 anos de prisão
Resultado do julgamento foi anunciado na noite desta quinta-feira, 10
Por: Márcia Sarmento
Publicado em: sexta, 11 de agosto de 2023 às 08:46h
Atualizado em: sexta, 11 de agosto de 2023 às 11:15h

Chegou ao fim um dos Tribunais do Júri mais emblemáticos dos últimos tempos para Santa Catarina e para o país. Fabiano Kipper Mai, que assassinou brutalmente três crianças e duas professoras em Saudades, ao invadir uma creche no dia 4 de maio de 2021, foi condenado a 329 anos e quatro meses de prisão em regime fechado. 

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O réu ainda foi sentenciado a pagar indenização de R$ 500 mil em favor de cada uma das vítimas, R$ 400 mil para família do sobrevivente Henrique e R$ 40 mil para cada tentativa. A sentença foi lida às 20h32 desta quinta-feira, 10, resultando na pena de 329 anos e quatro meses de prisão, em regime fechado, por cinco homicídios triplamente qualificados (motivo torpe, meio cruel e emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas) contra três crianças e duas mulheres, e outras 14 tentativas de homicídios qualificados. Todas as teses da denúncia foram acolhidas pelo Conselho de Sentença.

Uma das vítimas de tentativa de homicídio, que preferiu não ser identificada, mas acompanhou toda a sessão, agradeceu ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). "Fomos muito bem representados nesse dia tão difícil. Nossa gratidão aos promotores por trabalharem por nós", disse. Foram os promotores, Douglas Dellazari e Júlio André Locatelli.

Na sessão do Tribunal do Júri, ambos fizeram intervenções pontuais durante as oitivas e a argumentação da defesa.  Bruno Poerschke Vieira, que atualmente responde pela Comarca, fez a sustentação oral, ressaltando a importância da condenação dentro de um contexto social. "Precisamos estancar essa ferida para que fatos como esse não voltem a acontecer", defendeu.

Na réplica, o promotor Fabrício Nunes falou sobre o sentimento de quem perdeu entes queridos. "A pior dor do mundo é perder um filho. Nada pode ser mais cruel, mais terrível. Resta à comunidade de Saudades a esperança da justiça", disse. Os quatro promotores de Justiça conseguiram provar aos jurados que o réu possuía plena capacidade mental e planejou os crimes minuciosamente ao longo de 10 meses.

Esquema de segurança

Um forte esquema de segurança foi montado para garantir o bom andamento da sessão. Quatro agentes de operações da Coordenaria de Inteligência e Segurança Institucional (CISI) acompanharam os trabalhos do início ao fim. Após o encerramento da sessão, o réu retornou ao Presídio Regional de Chapecó.
 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai, com informações do Ministério Público de Santa Catarina
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